A famosa liquidação gringa Black Friday faz sucesso no Brasil desde 2010, com faturamentos acima de 40% nas compras online mesmo com a vinda da pandemia, segundo a Ebit Nilesen, empresa de consultoria especializada em comércio online. Porém, os problemas com as compras e golpes da Black Friday também renderam à campanha o apelido Black Fraude.
Isso porque, com o investimento cada vez mais pesado das lojas em propaganda para aumentar as vendas, com descontos que chegam a 80%, também surgiu o comportamento desonesto de alguns vendedores de aumentar muito o preço do produto na véspera da promoção para criar ilusão de vantagem através dos descontos.
Outra maneira de abusar da confiança do cliente é compensar o valor descontado com fretes a preços abusivos, alteração de preços no fechamento da venda e crimes relativos ao roubo de dados e golpes financeiros, o que faz jus ao apelido dado ao longo do tempo.
Um bom começo para evitar problemas é prevenir compras por impulso com a ajuda de uma lista dos itens que realmente se precisa ou deseja feita antes mesmo da promoção e revisada ao longo do tempo. Sem esquecer da pesquisa de preços em diferentes lojas com boa reputação para aproveitar as melhores oportunidades de compra, considerando também os fretes e outras taxas.
Caso o consumidor tenha um cartão de crédito com um bom limite, e tiver condições de arcar com as faturas, investir nas promoções de lojas que fornecem mais descontos nos pagamentos feitos no cartão também pode ser um bom negócio.
Em caso de pagamento por pix, a dica é realizar o pagamento dentro do site da loja e verificar se quem vai receber o dinheiro é a empresa de fato. Se for pagar com boleto, é preciso conferir o nome da empresa beneficiária que aparece no aplicativo ou site do banco no momento do pagamento.
Com a maior propensão a comprar provocada pela promoção, é ainda mais necessário que o consumidor não se deixe enganar por sites falsificados com ofertas enganosas e verifique informações de contato e outros requisitos de segurança e confiabilidade da página em que se está – os criminosos estão cada vez mais habilidosos em imitar páginas de marcas legítimas.
Isso porque os sites falsos são bastante utilizados para roubar as informações do cliente, mas também existem várias outras situações em que os dados são capturados e usados de forma indevida. Listas de sites não-seguros podem ser encontradas na página do Procon-SP, e respostas das empresas a problemas estão no Reclame Aqui.
Se por acaso você for vítima de fraude, o jeito é reunir todas as informações possíveis sobre o processo de compra, como imagens da propaganda e do preço, amostra de conversas, notas fiscais e outros comprovantes. A partir daí, pode-se fazer contato com a área do Fale Conosco do site onde a compra foi feita e fazer uma reclamação oficial, sempre guardando protocolos e comprovantes.
Também é possível relatar o ocorrido na página do Reclame Aqui ou do Consumidor.gov, onde muitas empresas se dispõem a negociar soluções. Ou ainda, procurar auxílio do Procon mais próximo, seja pessoalmente ou por via online. Sempre monitore o uso do seu CPF e outros dados para agir imediatamente de modo a evitar que dívidas sejam feitas no seu nome, ou limpá-lo caso elas aconteçam.
Caso essas medidas não sejam eficazes, é possível ajuizar uma ação baseada nos direitos do consumidor para solucionar o problema. Para tanto, conte com o apoio do nosso corpo jurídico — estamos disponíveis para te auxiliar.
*As informações acima foram retiradas do portal oficial da Serasa.